Conduzindo a vida por uma consciência superior

(…)muitos querem passar um aspecto de que Cristo não transgrediu a lei, pois, sendo um transgressor da lei ele seria um pecador, e por isso, não poderia ser o Cordeiro Santo de Deus, no entanto, se é dito que “Ele não tem pecado; Ele nunca pecou” (Hb 4:15; I Pe 2:22). Dizem que Jesus não veio a esta terra com a finalidade de atuar como um adversário da lei. Seu objetivo não era impedir a sua realização. Pelo contrário, dizem eles: Jesus honrou, amou, obedeceu e cumpriu a lei.

Se Jesus CUMPRIU como dissem, (1)a lei não pode ser mais uma instituição jurídica vinculativa para nós hoje. Por outro lado, (2)se a lei de Moisés NÃO FOI CUMPRIDA por Cristo, ela ainda permanece como um sistema jurídico a ser obedecida por todos nós.

Quando Jesus tinha de obedecer, obedecia, mas, se a lei violasse sua consciência superior, sua lei maior e seu princípio único de vida, se a lei impedisse a realização da sua mensgem, da sua boa-nova, a história era outra. Quando a lei se servia de antítese a tudo que ele cria, ele se tornava num transgressor voraz. Parece heresia, não e mesmo!?

Jesus disse que “não veio destruir a lei, mas cumpri-la”, (Mt 5:17). E, de fato, foi isso que Ele fez, Ele cumpriu a lei. O que poucos sabem, é que a palavra “cumprir”, no original grego, significa “completar e principalmente suceder”, ou seja, era como se ele tivesse dizendo: “eu não vim destruir a lei, vim completa-la; vim acrescentar algo novo que irá sucedê-la.” Desse modo, Jesus cumpriu a lei até onde devia, e acrescentou sua Boa-Nova, sucedendo a lei de Moisés.

Fica claro nos evangelhos, que Jesus pautou suas ações por uma CONSCIÊNCIA SUPERIOR.

Quando era necessário:
I – pediu que o leproso a quem curou, fosse e obedecesse a lei oferecendo uma oferta (Mt 8:4).
II – Tembém pediu que se dizimasse (Mt 23:23), e também,
III – celebrou a Festa dos Tabernáculos (Jo 7:8),
IV – Festa dos pães asmos (Mt 26:17),
V – quem participou da Festa da dedicação (Jo 10:22)
VI – Ele seguia e guardava a lei do sábado (Lc 4:16; Lc 6:6)…
(…)mas quando a lei servia de tropeço para a realização de uma consciência superior, Ele a violava, por exemplo:
I – Na cura do cego de nascença no sábado (Jo 9:14 a 16),
II – foi humano ao deixar que os discípulos colhessem as espigas no sábado (Lc 6:1 a 5)
III – e na sequência, curou um homem com a mãe ressequida (Lc 6:6 a 11).

Agora, diga-me se para Jesus – em sua resposta aos fariseus -, se o que Ele priorizava eram os seus princípios e consciência superiore, ou era apenas a lei? “É lícto no sábado fazer o bem, ou fazer o mal? Salvar a vida, ou destruí-la?” (v.9)

Jesus não se orientava pelas leis totalmente, Ele a cumpriu, até mesmo para evitar males circunstanciais/imediatos e fora de hora – como por exemplo, nas frenquentes pegadinhas dos judeus contra Ele, apenas para que Ele fosse morto antes do tempo –, Ele se orientava pelas regras do reino de Deus; pelo Evangelho, pelas Boas-Novas.

As normas do Evangelho não o colocava em rota de colisão com nenhuma lei justa de Moisés, todavia, colidia com todas as leis pesadas e injustas. Em seguir a lei e não amar o próximo, Ele se resguardava o direito de ser humano e violar a lei, em nome do amor ao próximo.

A lei não é amorosa, Cristo é!

Jesus não dependia da justiça da lei para nada, Ele vivia sobre princípios, vivia sob a lei e consciência superior da vida.

O Evangelho em sendo seguido, pode fazer de qualquer homem um “marginal”, isto é, em virtude das leis imediatas e circunstanciais injustas, de modo que, dependendo da profundidade do compromisso com a consciência do Reino de Deus, de certo, se praticará a desobediência civil em qualquer esfera. Quem obedece a consciência e lei superior, não se curvará a nenhuma legislação que venha se interpor na realização do bem.

A obediência civil tem limites. O Estado-a-lei não é dono da consciência dos homens. Sempre que ele se opuser e se tornar absolutista e opressor, invertendo e subvertendo a ordem da consciência, patrocinando o mal, nós os cristãos temos o direito, o dever e a obrigação de praticar a desobediência. “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29). Daniel, obediente servo, não se curvou a uma determinação injusta, a ordem absurda e manifestamente ilegal do rei. Pedro, ao ser preso, de igual modo, disse: “(…)não posso deixar de falar tudo que tenho visto e ouvido” (At 4:20).

Não podemos cooperar com aquilo que tenta reverter nossa suprema consciência.

Suponhamos a existência de uma lei, por exemplo, que impeça todos os pais de verem e conviverem com seus filhos. Ora, em acontecendo isso, qualquer pai bom e que ame seus filhos, não teria questões, perderia aquilo que se chama de “juízo”, e “partiria para as cabeças”, desobedecendo toda ordem legislada; partira para ser comido vivo e esfolado. Jamais ficaria longe das suas crias, pois, se tratando de filho, qualquer pai é um leão, qualquer pai está pronto a matar e morrer, e dizer: “Dane-se o resto!”

Se a lei se alinha para ajudar aquele que vive sob uma lei superior, ele a usa. Se ela não está alinhada para esse bem maior, ele jamais abrirá mão do princípio da vida.

De fato, “quando o ideal (aquilo que defende por consciência superior) vale mais do que a vida (a nossa própria), vale apena dar a vida por esse ideal!

E VOCÊ, vive nessa consciência superior, e sob princípios de vida maior do que qualquer coisa?

Grande abraço,
Campos dos Goytacazes/RJ.
12/04/2020

Rubens Júnior