O Jesus apresentado no samba-enredo 2020 da mangueira, é um falso Jesus!

(…)Jesus não estava representado na Sapucaí.

Bem provável que você tenha assistido, ou pelo menos tenha sabido do desfile das escolas de samba do Rio nesse ano (2020), e tenha, no mínimo, achado curioso a figura de Jesus como tema da mangueira, apresentando-o como O Jesus acolhedor das minorias, dos pobres, O Jesus da periferia, O Jesus compassivo; “O Jesus da Gente”, como diz a música. Mas, até aí tudo bem…

O “Jesus da gente” como diz o samba-enredo da mangueira, que nasceu entre os pobres, NÃO FAZ DISSO um retrato fidedigno do Cristo de Deus. Apenas isso não, a abrangência é maior.

De fato, Jesus nasceu pobre, viveu com os pobres, abençoou os pobres, mandou seus discípulos andarem com os pobres (“os pobres tendes convosco”), atendia de pronto a multidão pobre, inclusive, tocou até num pobre leproso excluído pela sociedade e o curou, contudo, ainda que tivesse dado numerosos conselhos aos seus discípulos para não serem avarentos, não amarem e acumulassem riquezas para que o coração não seja corrompido por esse “amor”; que se repartisse com o que tem falta, ainda assim, Ele amou a antítese. Ele atendeu a Nicodemos, que era um príncipe; atendeu a Zaqueu que não era pobre… Jesus não fez opção pelos pobres, ele fez opção pelo homem, isto é: pobres e ricos. Tanto os pobres quanto os ricos precisam de salvação.

“O rico e o pobre se encontraram; a todos os fez o Senhor” (Pv 22:2)

Jesus denunciou os pecados dos pobres e dos ricos, os reduziram ao nada quando disse que “se não se arrependerem, TODOS – isso inclui ricos e pobres – de igual modo pereceriam”. Então, em Jesus mora todo amor perante as mazelas da sociedade, contudo, o Cristo de Deus não pode ser encaixado em ideologias políticas e sociais. Quem matou Jesus foram os poderosos da época, e os pobres também. Essa “gente” de quem provém o “Jesus da gente” da mangueira, também condenou Jesus. Foram também os pobres, juntos com os poderosos, que escolheram Barrabás a Jesus. Foram os pobres, que após receberem as “cestas básicas” (pães e peixes multiplicados) por Jesus que o abandonaram, quando esse “Jesus da gente” começou a pregar verdades pra eles.

Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos – GERALMENTE POBRES – voltaram atrás e deixaram de segui-lo.” (Jo 6:66)

NÃO HÁ E NÃO HOUVE JESUS NA SAPUCAÍ.

Para o samba-enredo, a mangueira seria “condena a mil pecados” por estarem apresentando um Jesus das minorias e dos pobres. Só que Jesus não foi julgado e vilipendiado apenas por ter nascido no meio dos pobres, por andar com as minorias, por viver com pecadores… Ele foi julgado pela descrença religiosa, Ele foi condenado e julgado pelo seu messianato, pela sua mensagem que acolhia e ao mesmo tempo condenava, que perdoava e ao mesmo tempo ordenava o homem a mudar de vida. A mensagem dele era carregada de amor, de pacificação, mas também de radical mudança.

O Jesus do samba da mangueira é um Jesus que diz “venha como está, e pode ficar como veio!” Jesus fake!

Esse “Jesus da gente” criado para se encaixar a todos, esse Jesus super inclusivo criado adequadamente aos valores invertidos de todos, esse Jesus light que aceita tudo e tolera tudo, esse Jesus como eles dizem, “que se tivesse aqui iria na Sapucaí, fumaria maconha, cheiraria pó, beberia moderadamente com todos os pobres, que dançaria agarradinho com as musas do samba”, É TUDO, menos O CRISTO DE DEUS que, repito: embora tenha amado e acolhido os pobres, amou e acolheu de igual modo os ricos. Contudo, nem os pobres e nem os ricos de sua época escaparam do seu pronunciamento vindouro, de que “se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13:3) e “arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus.” (Mt 5:17)

De nada adianta, ter o “Jesus da gente” e continuarem com as mesmas práticas de vida.

Jesus não é Jesus dos pobres, nem dos ricos… “(…)nem de mortos, mas de vivos (ricos e pobres), pois para Ele todos vivem!” (Lc 20:38)

Não existe “Jesus da gente”, existe O Jesus, O Cristo de Deus, que acolhe a gente, que pregava o amor, mas que também condena a gente: “(…)vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos dele” (Jo 8:44)

Rubens Júnior,
Campos/RJ,
26/02/20