A brutalidade policial na perspectiva esquerdista

A Narrativa Revolucionária recorre a uma linguagem catastrófica e hiperbólica para descrever a brutalidade policial. Seus defensores mais influentes criticam asperamente a polícia, a quem chamam de “assassinos” que “perseguem” negros e perpetuam o “genocídio”.

A polícia como todo ser humano decaído, está longe de ser perfeita. Há policiais ruins e, quando cometem atos criminosos violentos, todas a pessoas de boa consciência, entre elas a maior parte dos policiais, exigem que tais indivíduos sejam responsabilizados. Essa ideia é praticamente consensual. No entanto, isso não basta para a narrativa dos defensores da Narrativa Revolucionária. Para eles, o problema não é um ou outro policial. O sistema policial está envenenado com o racismo institucional.

Um volume imenso de dados referente ao uso policial da força contra negros nos permite analisar a veracidade dessa alegação, e a verdade é que as evidências não corroboram a acusação. Em 2019, de acordo com o banco de dados de tiros dados pela polícia do Washington Post, num país de 330 milhões de habitantes, um total de catorze americanos negros desarmados foram mortos pela polícia. E não se tratava de expectadores inocentes. A maior parte deles estavam atacando os policiais quando foram alvejados.

Não me compreenda mal, catorze vidas perdidas para a brutalidade policial são, sim, muitas vidas. O valor de cada uma delas é incomensurável. Isso, porém, dificilmente será prova de racismo policial sistêmico, muito menos de genocídio. Hoje a realidade é que o policial tem muito mais chance de ser morto por um policial.

Contudo, infelizmente, o mito de que a polícia é uma ameaça a pessoas negras fincou razies profundas dentro da comunidade negra. Muitos creem sinceramente nisso. Toda interação que tem com a polícia passa por esse prisma. Como consequência, existe agorta um medo desconfiança profundas na comunidade negra e na polícia. É uma problema que precisa ser sanado.

O cristão deve se solidarizar com as expectativas que os negros têm com a polícia. Devemos ouvir e tentar compreender, mas não devemos ajudar a perpetuar o mito. Afirmar falsas crenças não é uma atitude amorosa.

Livro “Por que a justiça social não é a justiça bíblica“, pág’s 189 e 190.