Exageram-se demais nas novas nomenclaturas de viés psicológico, com frases de efeito na internet de diversos temas, por exemplo: finanças, religião transloucada, economia, medicina e, exageradamente, sobre relacionamentos. Um exemplo dele é o tal do “relacionamento abusivo!” Meu Deus, quanto exagero e exacerbação. Vamos lá!
Essas frases prontas estão sendo usadas – talvez intencionalmente, pois, quem a escreveu esteja ainda ferido(a) pelo seu passado e, por isso, legisla em causa própria – como jogo discursivo para se sair bem e causar comoção social, rotulando todo relacionando que tenha qualquer sintoma elencado na frase exposta como sendo a clara manifestação do diagnóstico definitivo apresentado por eles, sem conhecer individualmente cada relação e seus implicados.
Não, eu não gosto desses rótulos prontos escritos, seja lá por quem for, me assusta ainda mais que algumas frases foram escritas por, pasmem, psicólogos, estes deveriam ser os primeiros a serem leais com a profissão, que não dá pra dizem “quem é o galo e nem de onde ele está cantando”, sem conhecer a peculiaridade dessa relação. Tenho me assustado ao ver que no ímpeto de divulgarem seus trabalhos e atendimentos nas redes sociais (que hoje em dia virou extensão da vida de todo mundo), alguns psicólogos estão assim, apresentando manobras retóricas diagnosticando pessoas.
E o que acontece? As pessoas leem, passam a gostar e começam a identificar pessoas que ela conhece ou conviva, passando a olhar o outro como os olhos dos diagnósticos prontos e apresentados em uma frase na internet, sem levar em conta que seu relacionamento é único, é particular e pessoal, e que demanda uma avaliação tópica, própria, específica e não coletiva.
Às vezes, as pessoas não são nada do que está definido no texto, ela só tem um defeito ou outro apresentado ali, o que é absolutamente razoável e normal quando os implicados são seres humanos, mas, o outro na vulnerabilidade e fragilidade da sua relação lê, por capricho ou por identificação particular do exagero do que não querem aceitar do companheiro(a) e passam a viver e acreditar no que está lendo.
E o pior, é que o implicado se for uma pessoa boa, que se autoanalisa e que faça sempre uma avaliação e introspecção de si mesmo, nalgumas vezes, se ele não tiver certeza de si, ele se amargurará e achará que é realmente o que se está sendo chamado, tudo por conta desses diagnósticos nas redes sociais. Isso é trágico e cruel!
Como eu disse: cada relação é única, particular, pessoal e demanda uma avaliação tópica, específica e não coletiva.
Sendo assim, tenha cuidado com esses diagnósticos sobre relacionamentos escrito por psicólogos(as) sem responsabilidade nas redes sociais, pois, eles não conhecessem suas vidas e a vida da pessoa que se relaciona com você ou que se relacionou, elas são frases prontas e absolutas e que causam efeito e comoção, principalmente num período de fragilidade e vulnerabilidade emotiva, mas, não apresentam um solução a você, elas irão, inegavelmente, te mascarar e te colocar sempre numa posição de vítima, te iludindo e lhe colocando num estado perigoso de coitadismo desenfreado, a culpa passa está apenas no outro, o que nem sempre é assim que funciona a vida e os relacionamentos. Geralmente os problemas relacionais não estão apenas no outro, estão também em mim e em você, muitas vezes nós patrocinamos e somos também os causadores e principais responsáveis de muitas reações e implicações do outro em relação a nós.
Precisamos ser honestos conosco, com os outros e com o mundo, do contrário, quem o será?
Rubens Júnior,
07/04/2021,
Em Campos/RJ