Nós temos razões para tudo, em tudo queremos dar explicações e justificativas – ás vezes, por realmente termos tais razões – e outras, por “razões irrazoáveis”. Sim, aquelas que damos/inventamos ao invés de dizermos: “Eu errei, me perdoe!”. É nesse mundinho de pessoas assim que vivemos (e estamos incluídos no mesmo pacote, eu, e você que me lê), pra toda argumentação existe sempre uma contra-argumentação; você vai provar por dados, por evidência e de qualquer modo empírico que a pessoa está errada – pois todos erram –, mas ela vai, mesmo assim, não conseguir afluir a humildade suficiente de dizer: “Realmente você está certo! Confesso!“.
Temos erros, cometemos erros diários, mas, – sem dá “razões irrazoáveis” – com hombridade, honestidade e responsabilidade social de um homem/mulher, confessamos: “Erramos, perdoe-me!”.
A saúde está em confessar e não em ‘NÃO ERRAR’, pois, na cabeça que quem diz que ‘não se pode errar’, é onde se mora o erro, pois “os que não tem pecados (erros) atire a primeira pedra” (Jo 8:7) ou então, é chamar a si mesmo de MENTIROSO(a), pois, “aquele que diz que não tem pecado (erro), é mentiroso”, diz o apóstolo João (I Jo 1:8).
Viver é ESTAR construindo a sua “casa” (vida), somos uma obra em andamento que apenas se acabará na eternidade, pois, agora, “só o vemos como num espelho” (I Co 13:12), numa hora, a “laje” pode cair e voltaremos a reconstruí-la, às vezes, é o muro que cai, outras, é o reboco da parede que se desmancha diversas…
Só fomos quase que projetados para errar. Paulo sabiamente disse que “o bem que ele queria fazê-lo não fazia, mas o mal, esse sim ele rotineiramente cometia…” (Rm 7:19,20)
QUEM é o homem/mulher, aquele a quem Deus chama de “trapos de imundícies” (Is 64:6), que Jesus chama de “gente mau mesmo fazendo coisas boas” (Mt 7:11), aquele que da mesma forma que “um leopardo não muda suas manchas, estes não podem fazer o bem, pois, estão habituadas a fazerem o mal” (Jr 13:23), quem é este homem/mulher que tem o poder de mandar o próximo olhar o seu passado quando há nele há uma trave, enquanto no outro, apenas um cisco, como disse Jesus? (Mt 7:5). Como pode qualquer homem/mulher dizer que “o outro não olha o seu passado”, se o mesmo Deus que diz que “não prestamos por sermos maus aos seus olhos”, se ao mesmo tempo é Ele quem diz “lançar todo nosso passado nas profundezas do mar do esquecimento?” (Mq 7:18,19). Quem ousaria dizer que que o nosso passado nos condena, se “Deus é quem nos justifica? Quem nos condenará?” (Rm 8:33,34) Quem pode lançar nosso passado em nosso rosto se Deus diz “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Is 43:25).
Aquele que assim faz com o escopo de denegrir ou satanizar a vida do próximo, faz um desserviço a fé e dorme na mesma cama do diabo, O acusado!
De fato, Paulo diz que somos considerados “lixo desse mundo e escórias da sociedade” (I co 4:13) no sentindo mais raivoso e de descrédito de que existem. O mesmo Paulo, foi surpreendido com a surpresa daqueles que antes o via como aquele que antes de sua conversão a Cristo “assolava a Igreja de Cristo, fazendo mal, prendendo e consentindo na morte de muitos” (At 8:3) e, agora, pós conversão, lutava em favor da Igreja, isso trouxe espanto porque ninguém acredita mudança dos outros (At 9:21).
O que não podemos é achar que as pessoas são o que elas foram. – mesmo que num passado recente – você e eu, nós somos o que somos e não o que já fomos. O que fomos, já foi, e o que é – agora –, não nos permite sermos aquilo que um já foi.
O Deus de amor, tem toda paciência de nos tornar diariamente através da conversão (que nunca foi um ato), mas sempre uma consciência constante, em um ser melhor a cada dia, “de glória em glória” (II Co 3:18).
AFINAL, o amor de Deus por nós é também “paciente; benigno; não se irrita; não se alegra com a injustiça, mas, se alegra com a verdade… O amor tudo sofre, tudo crer, tudo espera, tudo suporta (…)” (I Co 13).
Rubens Júnior,
Leblon/RJ,
Repostado hoje, 09/02/2021, mas a matéria foi escrita em 25/09/2015
SUGESTÃO:
De onde vêm nossas percepções em relação ao próximo? Não somos como o próximo do qual falamos?