É uma tortura ficar torturando quem errou.
Sim, é uma tortura.
Uma é a dor daquele que foi traído(a), daquele(a) que sofreu o dano, outra é a dor do traidor(a). Dor do traidor? Sim. Ao menos que não seja um sínico, que tenha algum laço afetivo e amoroso com a pessoa sobre quem errou, sofrerá também a sua dor, a dor-arrependida, a dor de ferir o outro.
Está pensando que não existe essa dor? Ela existe sim, é outro tipo de dor, mas é dor.
Essa é a dor sem a dignidade que os traídos têm, porque o traído carrega consigo a dignidade de não ser o ofensor, carrega a dignidade da dor justa. O traido não, ele só leva a indignidade da dor, a culpa da dor, o diabo da dor, a tristeza da dor, a miséria da dor, o inferno da dor, o sentimento suicida da dor…
Por isso, Judas foi e enforcou-se se. Na ausência de uma correspondência de Graça no coração, e a benção da culpa e do arrependimento, a vida vai junto.
Dessa forma, para o traidor(a), a melhor coisa que tem é se perturbar de arrependimento e culpa. Poucos são os que recebem essa Graça de Deus, a Graça de voltar a sobriedade, a consciência.
Paulo disse a Timóteo, que é Graça de Deus quando o traído recebe a concessão do arrependimento para a vida.
A dor do traído eu não consigo nem conceber (tamanha é a dor), mas ele tem a opção de dizer: “Doeu demais, eu te perdoou, perdi a confiança e não quero você mais…”. Isso e um direito apenas do traído. O que não pode é dizer: “Vem, fica comigo”, e todos os dias lembrar. Isso é uma tortura para o traidor(a) arrependido, viver assim todos os dias, é uma desgraça.
I Co 7 diz que “Deus nos tem chamado a paz”, não a tortura. Se perdoar, perdoou. Se houver lembrança do ocorrido, não traga à toma, resolva isso dentro de você e com o Deus de Paz.