Vingança e desejo de “bem feito”, sempre voltam sobre quem os pratica

Quem diz “bem feito” está manifestando – mesmo que não queira admitir –, um desejo de vingança, uma vingança disfarçada também com a afirmação do: “ele(a) está colhendo o que plantou, bem feito!

Nunca diga “bem feito”, os “bem feitos” que saem de nossa boa é a nossa manifestação alegre e esfuziante da derrota do outro. Nem contra os supostos inimigos – aliás, nem deveríamos tê-los – se vale o “bem feito”.

Jesus manda orar pelos inimigos e por aqueles que nos perseguem, como poderíamos vibrar com a derrota do outro, com a queda do outro? O alegrar-se com a desgraça alheia é perigoso demais, nos faz perversos. É pecado grave. É falta de prudência. É covardia. É desrespeito. É chamar a desgraça e o juízo de Deus para própria vida.

A dor de Jesus em relação a Judas, não foi pelo fato dele tê-lo traído com dinheiro desviado, mas a dor do mal que ele (Judas) causou a si mesmo.

Ou o amor de Deus é o âmago do meu ser, ou ele não é nada na minha existência!

Ao presenciar uma epifania catártica de alguém por sede de vingança – os chamados “bem feitos” –, temos que nos sentir mal, ver esse dia como um dia triste. Gente do bem não pode desejar a queda ínclita do próximo.

Caso semelhante ocorreu no A.T., A nação de Israel fora destruída por outra nação devido o transbordamento de erros e pecados, e os seus inimigos passaram a alegrar-se a respeito daquela tragédia, daquela desgraça que atingiu a Nação israelita. Houve alegria entre os inimigos e passaram todos a dizer: “Bem feito! Bem-feito, vocês mereceram isso! Tome!” Mas Deus disse-os: “Não diga “bem feito”, porque por aquilo que veio sobre eles, estarás oferecendo uma medida de juízo do qual você também será julgado.” (Ver Ez 25 e 26)

Ora, a simples leitura de Ez 25 e 26 é autoexplicativa. Deus ‘contratara’ a Nabucodonosor como “navalha alugada” a fim de executar Seu juízo, mas mesmo Nabucodonosor não poderia exagerar no juízo. Se o fizesse, Deus acertaria a diferença depois. Está lá escrtito, é só ler. 

Agregando algumas passagens:

Quem zomba dos pobres revela desprezo pelo Criador deles; quem se alegra com a desgraça dos outros não ficará muito tempo sem castigo” – Pv 17:5

Assim diz o Senhor Deus: Disse o inimigo contra vós (Israel): Bem feito! Bem feito!” (Ez 36:2).

Fiquem atônitos, cheios de confusão, os que me dizem: Bem feito! Bem feito!” – Sl 40:15.

Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e quando tropeçar, não se regozije o teu coração; para que o Senhor não o veja, e isso seja mau aos seus olhos, e desvie dele, a sua ira.” – Pv 24:17,18

Cuidado, isso é loucura e insensatez, regozijar-se deixando que esse espírito do “bem feito” cresça em seu coração, crendo que isso não lhe trará juízo. Deus não suporta tamanha mesquinhez e maldade. Ele punir com severidade quem age assim.

Vingança, amargura, inveja, disputas malignas, aproveitamento da desgraça, regozijo com o mal — sempre voltam sobre quem os pratica; mesmo que seja apenas no falar, no celebrar, no dançar de alegria, ou no esfregar das mãos dizendo: “Agora é meu dia de verdade!”

Cuidado!

O tempo passa, o mundo gira, as coisas se movimentam, a terra começa a produzir aquilo que nela foi lançada e, inesperadamente, o que você plantou colherá. Você toma conhecimento que começou a colher os frutos da semeadura quando começa a passar pelo pior processo da vida.

Quem semeia vento, colhe tempestade” (Oséias 8.7). Esse é o processo natural para qualquer pessoa que prejudica outra com o simples “bem feito”: colherá o que plantou! É lei de Deus, não é minha!

Aliás, Paulo termina: “Tudo que o homem plantar, é exatamente isso que ele ceifará.

Meu desejo é deixar que a graça de Deus os ilumine.
Estais de pé? Cuide pra não cair!