Rubens Júnior

Análise do documentário "Os Rivais de Jesus" da National Geographic

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Assisti, certa vez, a um documentário da National Geographic que tratava de um tema mais ou menos assim: “Jesus não teve apenas um rival na proclamação de uma mensagem divina, mas vários.”

Talvez você pense: “Como assim, rivais?”

Pois bem, o teor do documentário era mostrar que, assim como Jesus anunciou uma mensagem de salvação e fé, outros também o fizeram — alguns até na mesma época — o que teria gerado entre eles (Jesus e os demais) uma espécie de “espírito competitivo”.

Na verdade, nunca vi algo tão patético!

Embora o conteúdo tenha um viés histórico e mencione figuras reais, o objetivo oculto me pareceu claro: fomentar a descrença total em tudo.

O mais impressionante é a ignorância bíblica desses produtores e dos “acadêmicos” consultados. A superficialidade quando se trata de Jesus é gigantesca e estonteante.

A dura verdade é que, infelizmente, o próprio protestantismo financia essas pesquisas de seminários teológicos voltados à chamada “Religião Comparada” — hoje rebatizada como “Ciências da Religião”.

Percebe-se que o protestantismo tem caminhado contra a fé, prestando um desserviço ao sustentar instituições que promovem a dúvida e a descrença.

Ainda bem que Deus não precisa de defensores. Ele se define por si mesmo. Sendo Deus, é absurdo imaginar que precise justificar-se diante da magnitude do seu poder.

A ironia de tudo isso é que, segundo eles, o “Evangelho” seria o gerador dessas distorções, e o evangelho pervertido teria se tornado o cristianismo.

E, de certo modo, eles têm razão em algo: o cristianismo assumiu inúmeras faces — uma verdadeira hidra de muitas cabeças —, entre elas o próprio protestantismo, que sempre quis se diferenciar do medievalismo e do “obscurantismo” católico.

Daí surgiu esse delírio acadêmico de que toda intelectualidade cristã deve nutrir certa dúvida quanto ao texto bíblico. Nesse meio teológico e até secular, quanto mais alguém duvida de tudo, mais parece inteligente, filosófico e culto.

Esse modismo já teve seu auge, mas ainda vemos documentários pautados por esse tipo de academicismo, que chega a afirmar, por exemplo, que “Jesus escapou de ser derrotado por Apolônio de Tiana”; ou que “Simão, o Mago, foi seu concorrente direto”; ou ainda que “Mitra foi outro rival vencido por Jesus”.

Em outras palavras, dizem que Jesus “venceu”, mas apenas porque — segundo eles — sua mensagem prevaleceu com o apoio do imperador Constantino, como se dissessem: “Jesus teve sorte de encontrar Constantino pelo caminho”.

Esse é o espírito desse documentário medíocre.

O que ele realmente mostra é que, ora o cristianismo seria fruto de certas influências, ora essas influências seriam frutos do cristianismo.

Na verdade, tudo o que existiu antes — mitos, religiões ou cultos de mistério — acabou sendo assimilado, não pelo Evangelho, mas pelo cristianismo institucional.

Nesse sentido, eles têm razão: o cristianismo é, de fato, a mãe de todas as assimilações.

Sendo assim, o maior rival de Jesus nunca foram homens ou “deuses” de qualquer época, mas o próprio cristianismo, com todas as deformações e sincretismos que acumulou.

Jesus não tem inimigos, pois é Deus. Se não fosse Deus, até se poderia cogitar isso — mas é incoerente e insensato imaginar que Deus tenha adversários. Afinal, Ele mandou “amar os inimigos”; seria patético ordenar isso e não cumprir. Nem o diabo é um rival à altura — Deus o destruirá com um simples sopro divino.

Tenho até minhas dúvidas se o diabo não é, de algum modo, fruto do próprio amor de Deus (risos).

Mas se fosse preciso apontar um verdadeiro rival de Jesus, esse nome seria o cristianismo.

Não recomendo o documentário, pelo ceticismo tolo que o permeia, mas, se quiser, assista e depois me diga se estou errado.

Paz,
Rubens Júnior

Niterói, RJ



FONTE: National Geographic

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